A DIFUSÃO MIDIÁTICA DAS SESSÕES DE JULGAMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E OS SEUS BENEFÍCIOS PARA O EXERCÍCIO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
DOI:
https://doi.org/10.17808/des.55.1074Palavras-chave:
Jurisdição constitucional, TV Justiça, Transmissão de julgamentos, Transparência, Direito à informação.Resumo
A publicização midiática dos argumentos utilizados pelas cortes constitucionais no exercício do controle de constitucionalidade das normas atende a fundamento ontológico da democracia constitucional, a partir do momento em que expõe, para todos os sujeitos da comunidade, de que modo a vontade popular ordinária viola a vontade popular constituinte. Ademais de ampliar o número de receptores diretos do discurso jurisdicional, a prática de transmissão integral das sessões de julgamento do Supremo Tribunal Federal descomplexifica o acesso à linguagem desenvolvida pela corte, majora a accountability da instituição, potencializa sua capacidade de difundir os princípios constitucionais que devem ser respeitados pelas maiorias democráticas, além de aquilatar as trocas discursivas realizadas entre intérpretes oficiais e intérpretes não oficiais da Constituição.Referências
ABDO, Helena. Mídia e processo. São Paulo: Saraiva, 2011.
ADORNO JUNIOR, Hélcio Luiz; SILVA, José Luiz Pereira. A linguagem jurídica como importante instrumento de efetivação da justiça. In: Revista de direito constitucional e internacional, v. 18, n. 72, jul./set. 2010.
BARCELLOS, Ana Paula. Papéis do direito constitucional no fomento do controle social democrático: algumas propostas sobre o tema da informação. In: Revista de direito do Estado: RDE, n. 12, out./dez. 2008.
BINEBOJM, Gustavo. O princípio da publicidade administrativa e a eficácia da divulgação de atos do poder público pela internet. In: Revista Eletrônica de Direito do Estado, n. 19, jul./ago./set. 2009.
CALIXTO, Clarice Costa. Direito e Mídia: Linguagem e Poder no Mercado de Discursos Públicos. In: Congresso Internacional de Direito e Contemporaneidade, Santa Maria - RS. Anais... v. 2012, 2012.
CAMARGO, Margarida Maria Lacombe; HESS, Gabriel Antunes; VIEIRA, José Ribas Vieira. O constitucionalismo democrático e suas implicações na inteligibilidade do judiciário. In: Revista forense, v. 109, n. 418, jul./dez. 2013.
COELHO, Inocêncio Mártires. As idéias de Peter Häberle e a abertura da interpretação constitucional no Direito Brasileiro. In: Revista de Informação Legislativa, ano 35, n. 137, jan./mar. 1998.
CONDESSO, Fernando dos Reis. Direito da Comunicação Social. Coimbra: Almedina, 2007.
CORDEIRO, Helena Cristina Duarte; GOMES, Claudiana Almeida de Souza; LIMA, Marcia H. T. de Figueredo. Antecedentes e perspectivas do direito à informação no Brasil: a Lei de Acesso à Informação como marco divisor. In: A construção social do acesso público à informação no Brasil: contexto, historicidade e repercussões. (Org.) Maria Aparecida Moura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
FARIAS, Paulo José Leite. A dimensão comunicativa da Suprema Corte. In: Revista de informação legislativa, v. 33, n. 131, jul./set. 1996.
FERNÁNDEZ SEGADO, Francisco. La Justicia constitucional ante el siglo XXI: la progresiva convergencia de los sistemas americano y europeo-kelseniano. In: Revista Latino-Americana de Estudos Constitucionais, n. 4, jul./dez, 2004.
FERRAZ, Anna Cândida da Cunha. Aspectos da projeção da democracia participativa na atuação do Supremo Tribunal Federal. In: Revista de Direito Público, n. 5, jan./jun. 2011.
FONTE, Felipe de Melo. Votos do STF são cada vez mais para o grande público. In: Revista Consultor Jurídico, 20 de maio de 2013. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2013-mai-20/felipe-fonte-votos-stf-sao-dirigidos-cada-vez-grande-publico>. Acesso em 10/05/2017.
FREITAS, Luiz Carlos Santana. A midiatização do parlamento: a TV Senado e as transformações na atividade político-parlamentar no Senado Federal. Brasília, 2004, 75 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília.
GARCÍA DE ENTERRÍA, Eduardo. La constitución como norma y el Tribunal Constitucional. 3ª Edição. Madrid: Civitas, 1988.
HÄBERLE, Peter. Hermenêutica constitucional - a sociedade aberta dos intérpretes da constituição: contribuição para a interpretação pluralista e "procedimental" da constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2002.
HESSE, Konrad. La interpretación constitucional. In: Escritos de derecho constitucional: selección. Tradução de Pedro Cruz Villalón. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1983.
KLARMAN, Michael J. How Brown Changed Race Relations: The Backlash Thesis. In: The Journal of American History, v. 81, jun. 1994.
LEAL, Mônia Clarissa Hennig; MAAS. Rosana Helena. Jurisdição constitucional aberta: algumas considerações acerca dos fundamentos democráticos do amicus curiae e de sua operacionalização pelo Supremo Tribunal Federal. In: Revista Brasileira de Estudos Constitucionais, v. 6, n. 24, dez. 2012.
MACHADO, Joana de Souza. Luz, câmera, jurisdição: tecnologia de comunicação e o mito da justiça transparente no Brasil. In: Boletim Centro de Estudos Direito e Sociedade, jul./set. 2013.
MARINONI, Luiz Guilherme. Aproximação crítica entre as jurisdições de civil law e de common law e a necessidade de respeito aos precedentes no Brasil. In: Teoria do processo: panorama doutrinário mundial, v. 2. Salvador: Juspodivm, 2010.
MENDEL, Toby. Liberdade de informação: um estudo de direito comparado. 2ª Edição. Brasília: UNESCO, 2009.
MENDONÇA, Priscila Faricelli de. Notas sobre o princípio da publicidade processual na atualidade: processo eletrônico e mídia. In: Revista dialética de direito processual, n. 101, agosto de 2011, p. 125.
MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. Tomo II. 6ª Edição. Coimbra: Coimbra Editora, 2007.
NETO, João Costa. A abertura procedimental da jurisdição constitucional exercida pelos órgãos de cúpula: breves notas sobre Alemanha, Brasil e EUA. In: Revista Brasileira de Estudos Constitucionais, v. 6, n. 24, out./dez. 2012.
NONET, Philippe; SELZNICK, Philip. Direito e Sociedade: a transição ao sistema jurídico responsivo. Tradução de Vera Pereira. Rio de Janeiro: Revan, 2010.
NOVAIS, Jorge Reis. Direitos Fundamentais e Justiça Constitucional em estado de direito democrático. Coimbra: Coimbra Editora, 2012.
PERGORARO, Lucio. Giustizia costituzionale comparata: Dai modelli ai sistemi. Torino: G. Giappichelli Editore, 2015.
POST, Robert. C. e SIEGEL, Reva B. Por una reconciliación entre Constitución y Pueblo. Buenos Aires: Siglo XXI Editores, 2013.
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 19ª Edição. São Paulo: Saraiva, 1999.
SARMENTO, Daniel; SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Direito Constitucional: teoria, história e métodos de trabalho. 2ª Edição. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
SHAPIRO, Martin M.; SWEET, Alec Stone. On Law, Politics and Judicialization. New York: Oxford University Press, 2002.
SILVA. Cecilia de Almeida. Audiências públicas e o diálogo social na Suprema Corte: o case da ADI nº 4.103: "Lei Seca". In: Revista Brasileira de Estudos Constitucionais, v. 6, n. 24, out./dez. 2012.
SILVA, Isaac de Moraes. TV Justiça: um instrumento de comunicação pública coordenado pelo Supremo Tribunal Federal. Brasília: Instituto de Educação Superior de Brasília, 2005.
SOTELO, José Luiz Vásquez. A jurisprudência vinculante na common law e na civil law. In: Temas atuais de direito processual ibero-americano. (Orgs.) Petronio Calmon Filho e Adriana Beltrame. Rio de Janeiro: Forense, 1998.
TATE, C. Neal.; VALLINDER, Torbjorn. The global expansion of judicial power: the judicialization of politics. New York: NYU Press, 1995.
VIANNA, Luiz Werneck; CARVALHO, Maria Alice Rezende de; MELO, Manuel Palácios Cunha; BUR, Marcelo Baumann. A Judicialização da política e das relações sociais no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 1999.
VESCOVI, Enrique Una forma natural de participación popular en el control de la justicia: el proceso por audiencia publica. In: Participação e processo. (Coords.) Ada Pellegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco e Kazuo Watanabe. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998.
WALDRON, Jeremy. Law and disagreement. Oxford: Clarendon Press, 1999.
WALDRON, Jeremy. The Core of the Case Agains Judicial Review. In: Yale Law Journal, n. 115, 2006,
WEST, Sonja R. The Monster in the Courtroom. In: The Brigham Young University Law Review, n. 6, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de artigos para publicação na Revista Direito, Estado e Sociedade implica a concordância dos autores com os seguintes termos:
1. O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do texto em número da Revista;
2. O(s) autor(es) asseguram que o texto submetido é original e inédito e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
3. O(s) autor(es) assumem inteira responsabilidade pelas opiniões, ideias e conceitos sustentados nos textos;
4. O(s) autor(es) concedem aos editores o direito de realizar ajustes textuais e de adequação ao padrão de publicação da Revista;
5. Permite-se a reprodução total ou parcial dos trabalhos, desde que explicitamente citada a fonte.