Jacob Burckhardt como teórico do Estado: o esmaecimento de uma obra de arte
DOI:
https://doi.org/10.17808/des.57.1068Palavras-chave:
Jacob Burckhardt, Teoria do Estado, Modernidade, Filosofia PolíticaResumo
O presente trabalho pretende analisar o pensamento político de Jacob Burckhardt, identificando as nuances de suas formulações acerca do Estado. Por meio da revisão de sua bibliografia clássica, bem como de seus comentadores, observaremos o emergir de uma peculiar posição acerca da formação dos Estados modernos pós-revolucionários, a qual, no contra fluxo de seus contemporâneos, mostra uma desconfiança característica com relação ao militarismo e a centralização do poder. Ademais, a sua formação, que mescla história da arte com filosofia política, possibilita a elaboração de uma doutrina estadista que comunga elementos culturais, históricos e políticos. De obra de Arte no paradigma renascentista à artefato tecnológico na aurora de seu tempo, Burckhardt - um homem de contrastes - vai encampar uma das mais interessantes, apesar de pouco exploradas, Teorias do Estado da modernidade oitocentista.
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