O elogio das aparências: Hannah Arendt e a crítica aos Direitos Humanos
Resumo
inaugurada por Platão, dando destaque ao papel que, segundo Arendt,
ela terá tido na irrupção do sem-precedentes que traumaticamente marcou
o século XX – o totalitarismo –, e perante o qual a Declaração dos Direitos
do Homem viria a revelar-se uma fórmula vazia. É que, rejeitando Arendt
a noção de um qualquer tipo de explicação causal para o fenómeno totalitário,
não deixa de ser possível vislumbrar uma relação entre a tradição
ocidental da filosofia política e o espírito da idade Moderna, como se este
levasse a cabo uma radicalização dos fundamentos da primeira: o apagamento
da pluralidade, o controlo da espontaneidade, a fusão de juízo e
episteme, de legitimidade e obediência. Nesta linha, far-se-á também uma
primeira prospecção do fundo em que assentam os alicerces do pensamento
arendtiano – um fundo que está, surpreendentemente, à superfície.
Depois, entrar-se-á no debate que é razão de ser maior deste trabalho,
convocando a concreta História que o animou, sem por isso, sempre que
se afigurou oportuno, se deixar de se evocar alguns conceitos arendtianos
- que não são, afinal, senão outro rosto do dado.
Palavras-chave
Referências
ARENDT, Hannah. La Crise de la Culture. Paris: Gallimard, 1972.
ARENDT, Hannah. La Vie de l’Esprit, Vol. I – La pensée, PUF, 1981.
ARENDT, Hannah. La Condición Humana, Ediciones Paidós, 1993.
ARENDT, Hannah «The Perplexities of the Rights of Man», in The Portable Hannah Arendt, Edited with an introduction by Peter Baher. Middlesex: Penguin, 2000.
ARENDT, Hannah. Les Origines du Totalitarisme/ Eichmann à Jérusalem, Quarto. Paris: Gallimard, 2002.
ARENDT, Hannah. Auschwitz and Jerusalem, Deuxtemps Tierce, 1991a.
ARENDT, Hannah. On Violence, A Harvest Book, Harcourt Brace & Company, 1970.
ARENDT, Hannah. Homens em Tempos Sombrios, Relógio d’Água, 1991b.
AMIEL, Anne – Hannah Arendt, Política e Acontecimento, Instituto Piaget, 1997.
BERNSTEIN, Richard J. – Hannah Arendt and the jewish question, Polity Press, 1996.
BOWEN-MOORE, Patricia – Hannah Arendt’s philosophy of natality, St. Martin’s Press, 1989.
COURTINE-DÉNAMY, Sylvie – Hannah Arendt, Instituto Piaget, 1999.
EVEN-GRANBOULAN, Geneviève – Une femme de pensée, Hannah Arendt, pref. Paul Ricoeur, Anthropos, 1990.
GORHAM, Eric B. – The theater of politics, Hannah Arendt, political science,and higher education, Lexington Books, 2000.
MOLOMB’EBEBE, Munsya – Le Paradoxe comme fondement et horizon du politique chez Hannah Arendt, De Boeck, 1997.
PEREIRA, Helena de Faria Guimarães S. – O Mal – Pensar com Hannah Arendt. Lisboa: Editora Rei dos Livros, 2003.
ROVIELLO, Anne-Marie – Senso Comum e Modernidade em Hannah Arendt, Instituto Piaget, 1997.
VILLA, Dana. Politics, Philosophy and Terror, Princeton University Press, 1999.
VILLA, Dana. Arendt and Heidegger – The Fate of the Political, Princeton University Press, 1996.
VILLA, Dana. Hannah Arendt et la Modernité, coord. Anne-Marie Roviello e Maurice Weyembergh, Vrin, 1992.
VILLA, Dana. Politique et Pensée– Colloque Hannah Arendt, Petite Bibliothèque Payot, 1996. The Cambridge Companion to Hannah Arendt, ed. Dana Villa, Cambridge University Press, 2000
DOI: 10.17808/des.43.367
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2015 Revista Direito, Estado e Sociedade
ISSN: 1516-6104