Vestígios: o arquivo, o direito, o perdão e a (im)possibilidade de testemunhar
Resumo
Entrelaçando as possíveis ambigüidades do conceito de memória, por meio da alegoria presente no livro Fedro de Platão, o artigo busca refletir sobre a relação existente entre o direito, o arquivo e o testemunho sob a influência da noção agambeniana de dispositivo. Parte-se das noções clássicas de testemunho e arquivo apresentadas por Ricoeur e expõe-se, em seqüência, a relação entre o arquivo e o poder, desde a óptica de Derrida, e a questão colocada pela (im)possibilidade do testemunho, pensada a partir do livro "O que resta de Auschwitz". Nesse sentido, os fundamentos do artigo se voltam para a discussão da construção de outras perspectivas sobre estas instituições, que se apresentam aprioristicamente inofensivas, e como a relação delas com o poder pode ser elaborada, desde a idéia de captura provocada pelos dispositivos até uma possível profanação ou a formulação de um uso diferenciado destas categorias. Por último, expõe-se a categoria singular do perdão incondicional de Derrida, fora dos trilhos do sistema de poder dos dispositivos, em sua busca por uma definição semântica pura, excepcional, extraordinária do ato de perdoar.
Palavras-chave
Arquivo; Direito; Testemunho; Dispositivo; Perdão
DOI: 10.17808/des.36.208
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2015 Revista Direito, Estado e Sociedade
ISSN: 1516-6104